Europa em guerra

nodebate – Muitas especulações podem surgir sobre os atos violentos na Franca, um país de destaque na economia e cultura global. Rapidamente as mídias mundiais afirmam ser crimes de terrorismo, ou seja, os povos bárbaros atacam os países civilizados, de maneira a criar pânico na sociedade moderna e desenvolvida. Um olhar profundo torna este ponto de vista menos irônico, se passarmos algumas horas observando as informações sobre as guerras globalizadas.

Com uma imensidão de violência, em tempos de bombas e conversas políticas, pouco se sabe, de fato. Possível dizer que haja apenas um planeta, com um problema secular, as diferenças; que envolve inclusive o econômico, sempre concentrado em poucas mãos.

As imagens que chegam são de caos no país francês, com imensa tristeza pela morte de muitas pessoas, que nada tem a ver com as guerras no Oriente Médio, Norte de África e tantos outros lugares. No entanto, as vítimas se espalham com mais frequência nos países periféricos, com mais normalidade e menos alarde pelos meios de comunicação. Logo, se presume que a guerra e mortes são mais frequentes que a nossa mente vê.

Evidentemente que o choque é mais visível quando atinge quem tem mais controle sobre o poder político e econômico. Agora haverá um debate, por semana, tenso e com resultados. O primeiro deles, possivelmente, a xenofobia, com lentes voltadas para grupos radicais que apavoram o mundo.

Dois pontos valem análise do leitor: qual será a situação dos refugiados na Europa, vindos dos países, cuja guerras são vítimas de forças globais e disputas internas locais. Não seria de assustar se houver vozes defendendo o fim das imigrações para os países ricos. A defesa seria pelo fim da “bondade” europeia de receber pessoas de outras partes do mundo, com culturas diferentes, que no final podem mudar o perfil do velho mundo.

Os políticos sensacionalistas e populistas têm o seu palco montado, faltando poucas horas para tomarem destaques com projetos a serem aceitos.

Depois, como deter milhares de pessoas de seus países, lutando somente pela sobrevivência num caos, causado pelas guerras? Portanto, poderão se tornar a parede de anteparo para uma guerra política que vai muito além das imagens, na iminência de mais terror.

Importante destacar que a sociedade global está acostumada com crianças se afogando ou afogadas, nos tempos idos. Apenas uma paisagem de uma realidade distante, sem conseguir avaliar do que é formada a humanidade. A racionalidade global muitas vezes se perde quando o caos se mostra evidente demais, quando se tem arma e terrorismo, do lado dos bárbaros estrangeiros.

Autor: Antonio S. Silva

Jornalista, doutor pela UnB e professor da (UFMT, com mestrado pela PUC/SP e Docente no curso de Jornalismo da UFMT. Em essência, acreditamos que é necessário o diálogo para construirmos, democraticamente, um país melhor.

Uma consideração sobre “Europa em guerra”

  1. Concordo plenamente. Acho estranho as pessoas não darem ouvidos ou sequer ter interesse em saber os reias motivos dos atentados. A maioria vê os “terroristas” como vilões de sangue frio, sem motivos para fazer tudo o que fazem (Não que estejam corretos em fazer este tipo de “vingança”). Porém, assim como pessoas inocentes morreram na França, milhares morreram e continuam a morrer na síria, sem nada ser feito.

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