Saúde fora do Brasil

A solução deve ser encontrada num diálogo franco entre governo e categoria, de modo que se defina uma maneira de permitir vida digna para toda a população brasileira. Não basta argumentos sem fundamentos ou de interesses particulares

 

 

 

 

 

Continua difícil o debate em torno da vinda de médicos de outros países para o Brasil, com o intuito de assistir cidades ou regiões inteiras, onde há ausência dos profissionais da saúde. O que há é a defesa corporativa de mercado, revelando-se justa por parte dá área médica, mas para os brasileiros restam muitas vezes à morte por falta de atendimentos mínimos em diversos lugares deste país.

Encontrar soluções é necessário e urgente e não deve ficar a mercê do interesse de grupos profissionais que exigem reservas de mercado, para uma área tão sensível.

A discussão em torno da falta de competência dos médicos vindos de outros países, não se mostra verdadeira, já que o governo está em negociação com países desenvolvidos. Como é o caso da Espanha, que tem alto índice de desemprego e Cuba, uma nação reconhecida pela qualidade de sua medicina. Portanto, os argumentos apresentados vão em direção ao corporativismo, simplesmente.

Não se trata ainda de um problema educacional, por falta de universidade. A questão está em torno do interesse de cada profissional em residir nos grandes centros econômicos, com toda sofisticação de uma região desenvolvida.

Nada a questionar sobre as dificuldades encontradas em infraestrutura no interior do Brasil, que pode ser precárias, além da adaptação cultural do profissional – o médico tem origem das nobres famílias brasileiras, se analisadas as dificuldades de se ingressar nas universidades públicas e os altos valores pagos nas universidades particulares de renome.

Torna-se indispensável, entretanto, avaliar que nestes lugares moram pessoas com suas culturas e identidades e sofrem demasiadamente pela falta de atendimento e estrutura precária da saúde, muitas vezes.

A solução deve ser encontrada num diálogo franco entre governo e categoria, de modo que se defina uma maneira de permitir vida digna para toda a população brasileira. Não basta argumentos sem fundamentos ou de interesses particulares.

Autor: Antonio S. Silva

Jornalista, doutor pela UnB e professor da (UFMT, com mestrado pela PUC/SP e Docente no curso de Jornalismo da UFMT. Em essência, acreditamos que é necessário o diálogo para construirmos, democraticamente, um país melhor.

Deixe o seu comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.