Lula resiste às amarras da guerra americana

O mundo passa por transformações profundas com o desenlace da guerra no campo de batalha entre Estados Unidos e Rússia, o que envolve direta e indiretamente todas as nações do mundo, inclusive o Brasil, com efeito na América Latina.

Neste momento ocorre no Japão – na cidade de Hiroshima, que estrou a primeira bomba nuclear jogada pelos EUA em 1945 – encontro reunindo nações, vistas pelo ocidente como as sete maiores economias de políticas democráticas do mundo, o G7.

Ao final, apenas uma jogada política, que há algumas décadas poderia despertar de fato sentido político com atenção na periferia internacional. No entanto, o mundo girou rapidamente no cenário econômico e geopolítica, o que torna estes países menos desafiadores, envolvidos em crises constantes.

Líderes da sete nações ocidentais e representantes institucionais da região, reunidos em Hiroshima, no Japão, para tratar de assuntos internacionais, com foco principal na guerra na Ucrânia, que envolve Rússia e China, com presença do Brasil.

A guerra desta forma revela o reflexo das disputas globais, a qual deixa evidente que o poder econômico e bélico das  principais nações perderam o brilho do simbolismo, colocando neste cenário personagens antes figurantes, no papel principal, como China, Rússia, Índia e Brasil.

Na realidade, a globalização – quando pessoas do mundo todo podem se comunicar, apesar da distância -, permite uma visão mais ampla de um mundo em crise e nações com ampla visão sobre o seu lugar na política.

A situação é tão complicada para os G7 que Lula da Silva e o primeiro-ministro da Índia Narendra Modi se tornam personalidades do encontro. O objetivo é buscar apoios para conter os avanços dos inimigos na guerra que arrasa uma nação inteira, a Ucrânia, cujos alvos estão muitos distantes da terra de Zelensky.

O presidente ucraniano é também convidado com sinalização de presente, a promessa de receber dos países da Otan, liderado pelos Estados Unidos, a maioria no evento, um avião de última geração, capaz de causar destruição nas linhas do inimigo. Portanto, sem algum sinal de negociação.

As metas da política ocidental é continuar com as batalhas sangrentas, com objetivo da manutenção de um poder centralizador que se esvai, com perdas principalmente para os americanos, que vive neste mês sobre a dúvida se conseguirá ou não cumprir com compromissos financeiros, com o atual orçamento.

A batalha interna americana é convencer os membros do Partido Republicano a aprovarem aumento dos gastos da Casa Branca, em torno de três dezenas de trilhões de dólares.

A posição de Lula e Narendra não está entre as mais confortáveis, receber Zelensky para conversa, cuja esperança sob pressão é obter apoio político dos dois países nos ataques à Rússia e China. Ambos os governos mantêm negociação com o país de Putin e Xi Jinping, jogando para escapar das amarras do ocidente, historicamente pouco preocupado com a vida dos países fora do eixo do grupo de poder, os G7.

Autor: Antonio S. Silva

Jornalista, doutor pela UnB e professor da (UFMT, com mestrado pela PUC/SP e Docente no curso de Jornalismo da UFMT. Em essência, acreditamos que é necessário o diálogo para construirmos, democraticamente, um país melhor.

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