Comunicação do futuro

Em essência trata-se de uma questão global que atinge o jornalismo. Uma pergunta difícil de responder e que ainda permanece no ar é sobre o futuro das empresas de comunicação e o mundo do jornalista

 

 

 

 

Em João Pessoa Paraíba (PB) ocorreu na semana mais um colóquio do Ciseco, importante evento internacional sobre comunicação, com debate sobre a internet no espaço de informação social. Como se pode abstrair das discussões envolvendo pensadores de Brasil, Portugal, Argentina e França, que os novos dispositivos comunicacionais definem mudanças substanciais na difusão de mensagem na sociedade, com reflexos importantes no comportamento dos indivíduos.

Mas há uma clara divisão entre aqueles que acreditam em transformações positivas, com pessoas mais bem informadas e participativas, bem como um aqueles que veem um novo mecanismo de reprodução de uma sociedade dividida, entre os que possuem bens econômicos e os despossuídos, a maioria.

No campo do jornalismo a proposição é uma mudança substancial dos meios de comunicação em dependência dos chamados Hackers, para a difusão de conhecimento. Seria uma espécie de evolução das tecnologias com ascensão de grupos de pessoas com amplo conhecimento da internet, capazes de alimentar a rede de informação.

Não há dúvida que o sistema digital amplia e permite mais rapidez com textos gerados (neste sentido imagens, vídeos, etc.) por internautas participantes das informações, com amplo debate nas redes sociais. Assim, as discussões em torno de determinados assuntos colocando em rede permitirá a formação de um grande arquivo, o suficiente para formar conhecimento sobre os espaços sociais.

Possivelmente, uma maior socialização, uma espécie de alargamento da esfera pública. Em outras palavras, se na política (com jornais partidarizados) o debate é fechado, burocrático, na internet haverá mais participação e informação. Não que seja o suficiente para uma sociedade que se organiza internamente, pode-se acrescentar.

Claramente que no território político o pessimismo parece prevalecer. A internet não existe para as trocas democráticas de informação, mas apenas como forma de levar informação aos indivíduos sem o retorno necessário. Uma nova sociedade da informação que reproduz um sistema de diferenças sociais conhecidas.

Em essência trata-se de uma questão global que atinge o jornalismo. Uma pergunta difícil de responder e que ainda permanece no ar é sobre o futuro das empresas de comunicação e o mundo do jornalista. Talvez seja mesmo uma análise em debate. A rigor, há muitas pesquisas e resultados neste sentido, mas ainda pouco evidentes para o futuro.

Certamente um debate que merece ser melhor abordagem, considerando o pensamento de vários autores que se debruçam sobre o tema. Uma discussão que exige responsabilidade e merece descrita com mais rigor.

 

Autor: Antonio S. Silva

Jornalista, doutor pela UnB e professor da (UFMT, com mestrado pela PUC/SP e Docente no curso de Jornalismo da UFMT. Em essência, acreditamos que é necessário o diálogo para construirmos, democraticamente, um país melhor.

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